Às vezes, acho que a pergunta: “Como você dá conta de tudo?”, seja semelhante a comentar do tempo no elevador… Não acredito que isso pode ser sério.
Que pergunta é essa?
Pessoas que mal conhecem meu mundo.
Nem sabe quais são minhas prioridades.
E, muito menos, imaginam o tamanho do meu TUDO.
Mas, afinal… O que é “dar conta”?
É não enlouquecer?
É terminar o dia com a pia limpa e os e-mails respondidos?
É ter o filho alimentado, o corpo de pé e umas duas horas de silêncio no fim do dia?
Se for isso… talvez eu esteja dando conta sim.
Mas, às vezes, mal e mal.
E quer saber?
Tudo bem!
Porque minha prioridade não é parecer funcional — é me manter sã, inteira!
É não me abandonar no processo. Não largar minha mão. Não me abandonar.
Nos dias em que me comparo, me cobro ou me imponho metas irreais,
o cansaço vira culpa.
A culpa vira desconexão.
E, a desconexão vira aquele esgotamento silencioso que não grita,
mas vai me apagando aos poucos.
Foi aí que mudei a pergunta.
Não é mais “você dá conta de tudo?”Agora é: “Qual será minha prioridade hoje?”
Às vezes é o trabalho.
Às vezes é a saúde do meu filho.
Às vezes é só... não surtar.
E se isso parece pouco pra quem vê de fora,
pra mim é muito. Tudo.
Porque cada um tem o seu tudo.
E uma das prioridades do meu trabalho — e da minha vida —
é cultivar a aceitação do que acontece no meu dia a dia.
As situações, os imprevistos, as exigências externas que dançam com o que é essencial pra mim.
Nem sempre consigo o que planejou.
Às vezes, perco.
Às vezes, ganho.
E quase sempre… Me transformo!
A vida da mulher é uma dança
Dança, de papéis, de ritmos, de lugares que ocupamos por amor, por escolha ou por sobrevivência.
Há dias em que a balança pende para o trabalho. Outros, para os filhos.
E, de repente, a gente percebe que o filho da vez, somos nós.
Por isso, já deixei de buscar equilíbrio — essa palavra rígida que exige constância irreal. Prefiro: harmonia.
Porque HARMONIA flerta com o improviso.
Não exige simetria.
E entende que o belo nem sempre está aparente — mas pode ser sentido, percebido, nos olhos de quem está presente o bastante para ver.
A vida é sempre exigente. Mas você não precisa entregar tudo sempre.
É preciso ser realista, sem perder a ternura.
Precisamos trocar a Mulher Maravilha pela Maravilha de Mulher, todos ganham e o TUDO fica do tamanho que tem: o possível.
Aí, sim, as prioridades ficam ajustadas, não se perder de si.
Nem hoje. Nem amanhã. Nem nunca.
Com carinho, P.